domingo, 8 de janeiro de 2012

Leishmaniose canina




A leishmaniose canina é causada por um parasita – a Leishmania – transmitido através da picada do flebótomo, um insecto erradamente confundido com o mosquito. Pode afectar vários animais, incluindo os humanos, e é potencialmente fatal em cães positivos, não tratados.

Nem sempre os sintomas da leishmaniose canina são evidentes, mas os sinais de alerta mais vulgares são febre, queda do pêlo (em especial à volta dos olhos), perda de peso, lesões cutâneas e sobrecrescimento das unhas.

Os órgãos internos também são afectados, podendo ocorrer anemia, artrite e insuficiência renal grave.

Apenas a fêmea do flebótomo transmite a doença. Ao picar um portador da doença, o insecto é infectado com o parasita, que se vai desenvolvendo no seu interior ao longo de um ciclo que pode durar entre 4 e 25 dias. Quando picar um novo hospedeiro, este flebótomo inocula o parasita, transmitindo a doença.

Os cães são particularmente vulneráveis às picadas dos flebótomos nas horas em que estes se encontram mais activos, ou seja, ao amanhecer e ao anoitecer.

Prevenção

Uma vez que a doença é transmitida através das picadas de flebótomos infectados, a protecção mais eficaz, em teoria, passaria por evitar todo e qualquer contacto entre os cães e estes insectos. Na prática, essa solução não é viável para os cães que habitam em zonas endémicas.

Reduzir o habitat dos flebótomos, minimizar o contacto físico, mantendo os cães recolhidos ao entardecer e ao amanhecer – períodos em que os flebótomos estão mais activos – , e utilizar insecticidas (sprays, spot-on, coleiras repelentes, etc.) eram as medidas preventivas disponíveis até há pouco tempo.

Canileish ®

A primeira vacina contra a leishmaniose canina na Europa é o resultado de uma investigação de ponta e de uma colaboração de 20 anos entre cientistas de remone.

Uma nova vacina que estimula uma resposta imunitária celular, adequada, específica contra o parasita L. Infantum.

Após um desafio experimental, foi demonstrado que esta tem uma duração da imunidade por um ano.

Quando os cães vacinados com Canileish® foram expostos ao parasita, a resposta manteve-se potente e efectiva comparativamente com a resposta do grupo controlo.

Mostrou também que reduz em quatro vezes o risco de desenvolver a doença clínica.

A protecção no entanto não é completa: alguns animais vacinados são infectados por L. Infantum e esses podem desenvolver sinais clínicos da doença.

Plano Vacinal

Recomenda-se a utilização de um teste serológico de diagnóstico rápido antes da vacinação, e a desparasitação interna. É detectado um Ag diferente do vacinal pelo que, um resultado positivo indica um animal com Leishmaniose e não um animal vacinado.

Se o resultado deste teste for negativo, pode iniciar-se o protocolo vacinal;
A administração da vacina divide-se em 3 doses, por via subcutânea, sendo que:
  1. A 1ª dose pode ser administrada a partir dos 6 meses de idade do animal, respeitando um prazo mínimo de 2 semanas de intervalo entre a vacinação Anual, Tosse de Canil, Febre da Carraça, ou Raiva e a Canileish®.
  2. A 2ª e a 3ª dose são administradas com 3 semanas de intervalo entre elas;
  3. Após o último reforço, só é necessário vacinar o animal passado 1 ano, devendo respeitar uma tolerância de 3 meses desde a data estipulada para o reforço, sob pena de após esta ter que recomeçar tudo de novo.
Efeitos Adversos

Em 28% dos casos estudados houve reacções locais, tais como: edema, granuloma e dor. Reacções que se resolvem em 2 a 15 dias: letargia, febre e sinais gastro-intestinais. Reacções que se resolvem em 1 a 6 dias, tais como: alergia, angioedema e anafilaxia.

Para estes casos existe tratamento sintomático.

Em relação a cadelas gestantes, não há dados mas é preferível não interronper a vacinação se se descobrir a gestação.

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